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Paraparesia Espástica Tropical

De 15 a 25 milhões de pessoas no mundo têm infecção crônica por HTLV, um retrovírus capaz de infectar uma célula e utilizá-la para se multiplicar. E, nesse processo, pode causar danos ao nosso organismo, mas NEM TODAS AS PESSOAS QUE POSSUEM A INFECÇÃO (HTLV POSITIVO) IRÃO DESENVOLVER DOENÇAS;

Atualmente, a transmissão do vírus pode ocorrer de mãe pra filho (via placentária, no parto ou amamentação), via sexual ou parenteral (usuários de drogas que compartilham seringas);

Pessoas com infecção crônica podem desenvolver sintomas bem diversos (oftálmicos, dermatológicos, pulmonares, autoimunes e/ou neurológicos). Há ainda aumento no risco de se desenvolver neoplasias de cabeça e pescoço e bexiga, além de leucemia;

Já foram descritos quatro tipos de HTLV (I, II, III e IV), sendo os tipos I e II de maior relevância neurológica. Dentre as doenças neurológicas, está uma doença rara conhecida como paraparesia espástica tropical (PET, mielopatia associada ao HTLV I-II);

Cerca de 1% a 4 % das pessoas infectadas pelo HTLV desenvolvem a PET. A manifestação dos sintomas está relacionada com a carga viral, a condição do sistema imunológico da pessoa infectada e com o tipo de HTLV;

A PET se inicia com uma inflamação crônica no córtex cerebral que evolui para a perda progressiva dos axônios do neurônio motor superior na medula espinhal, prejudicando a transmissão da informação do cérebro para os membros inferiores. Além disso, também há um acometimento das vias sensitivas, comprometendo o controle urinário e o funcionamento do intestino grosso;

Os sintomas clássicos da PET são fraqueza e espasticidade nos membros inferiores, que aumentam gradativamente. Podendo haver também espasmos musculares, urgência/incontinência urinária e acometimento no funcionamento do intestino grosso. Não há cura para a PET, mas o tratamento paliativo melhora a qualidade de vida das pessoas acometidas. Este consiste no uso de medicamentos que atuem na espasticidade, na bexiga neurogênica ou na dor crônica . O tratamento não medicamentoso também é importante e tem na fisioterapia seu pilar central.