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Terapia Ocupacional e Doenças Neuromusculares

A Paraparesia Espástica Hereditária (PEH), popularmente conhecida como Paraparesia Espástica Familiar (PEF), está classificada entre as doenças neuromusculares, caracterizada por espasticidade e anormalidades motoras. As pessoas que apresentam esta patologia têm reflexo alterado, cãibras e espasmos, dificultando a marcha (RUBIN, 2017), apresentando dificuldades para andar, alguns indivíduos podem necessitar de recursos de tecnologia assistiva – (bengala e andador), e em casos de maior gravidade até cadeira de rodas (NORD 2013).

A Terapia Ocupacional pode auxiliar em grandes melhorias aos pacientes de PEH, colaborando com a equipe interdisciplinar da área da saúde, trabalhando as ocupações do sujeito, com o intuito de melhorar ou possibilitar a participação em papéis, hábitos e rotinas em diversos ambientes como casa, escola, local de trabalho, comunidade, dentre outros.

Profissionais da Terapia Ocupacional usam seu conhecimento sobre a relação transacional entre a pessoa, seu envolvimento em ocupações importantes, e o contexto em que se insere para delinear planos de intervenção, no qual são baseados na ocupação, facilitando a mudança ou crescimento nos fatores do paciente/cliente (funções e estruturas do corpo, valores, crenças e espiritualidade); e habilidades (motora, processual e de interação social) todos necessários para uma participação bem sucedida.

Os serviços de terapia ocupacional visam à habilitação, reabilitação e promoção da saúde e do bem estar de indivíduos com PEH, visando às necessidades relacionadas ou não a incapacidade. Tais serviços incluem a aquisição e preservação da identidade ocupacional para aqueles que desenvolveram a patologia, ou que tenha probabilidade de desenvolver ou não a enfermidade, lesão, doença, desordem, problema, deficiência, incapacidade, limitação de atividade ou restrição na participação da vida cotidiana (adaptado de AOTA, 2011)

O termo ocupação, conforme utilizado na Estrutura refere-se às atividades de vida diária nas quais as pessoas se envolvem e essas ocupações são influenciadas pela interação entre fatores de pacientes/clientes, habilidades de desempenho e padrões de desempenho.

Todas as ocupações têm um propósito, significado e utilidade para o paciente/cliente e são classificadas como atividades de vida diária (AVD) – que estar relacionado com tomar banho, usar vaso sanitário e realizar higiene íntima, vestir, comer, alimentar, mobilidade funcional, cuidados com equipamentos pessoais, higiene pessoal e atividade sexual e atividades instrumentais de vida diária (AIVD) – que estar relacionado com cuidar de outros (incluindo seleção e supervisão de cuidadores), cuidar de animais, educar criança, gerenciamento de comunicação, dirigir e mobilidade na comunidade, gerenciamento financeiro, gerenciamento e manutenção da saúde, gerenciamento do lar, preparar refeições e limpeza, atividades e expressão religiosa e espiritual, segurança e manutenção emergencial, fazer compras, descanso e sono, educação, trabalho, brincar, lazer e participação social.

A perspectiva do paciente/cliente sobre uma ocupação é categorizada variando de acordo com as necessidades e interesse de cada indivíduo, bem como seu contexto.

Cada ser humano se envolve em ocupações diferenciadas, complexas e multidimensionais e é importante reconhecer e estimular cada paciente/cliente a buscar sua independência mesmo que tenha limitações significativas.

Os profissionais da terapia ocupacional por reconhecer que a saúde é apoiada e mantida quando os pacientes/clientes são capazes de envolver-se em casa, na escola, no local de trabalho e na vida comunitária, preocupam-se com as ocupações individuais de cada indivíduo e também com a variedade de fatores que influenciam e tornam possíveis o envolvimento e a participação de cada paciente/cliente em ocupações positivas que promovam saúde (Wilcock & Townsend, 2014) e qualidade de vida, contribuindo para que cada um consiga realizar suas AVD´s e AIVD´s o mais independente possível.

Por Tabita Costa Knaack1  e Cláudia Scolari2


1Acadêmica do Curso de Terapia Ocupacional da FSG – Centro Universitário da Serra Gaúcha:

2Mestre em reabilitação e inclusão pelo Centro Universitário Metodista IPA. Coordenadora do Curso de Terapia Ocupacional e Programas de Assistência Estudantil da FSG – Centro Universitário da Serra Gaúcha.

 


Bibliografia

Rev Ter Ocup Univ São Paulo; jan. –abr. 2015;26 (ed.esp.):1-49.

Tradução do original publicado pela American Occupational Therapy Association (2014). Occupational therapy practice framework: Domain and process (3rd ed.). American Journal of Occupational Therapy, 68(Suppl.1), S1-S48.http://dx.doi.org/10.5014/ajot.2014.682006. Traduzido para o português por Alessandra Cavalcanti (UFTM), Fabiana Caetano Martins Silva e Dutra (UFTM) e Valéria Meirelles Carril Elui (FMRP-USP); autorizada para publicação em português, acesso aberto na Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 2015;26(ed.especial).

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